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Livro Barra Rock: sons da contracultura brasileira das décadas de 1960 e 1970

Ref. Barra Rock: sons da contracultura brasileira das décadas de 1960 e 1970

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Descrição do produto

Págs.: 432
Edição: 1ª
Formato: 14x21 cm
Idioma: Português
Lançamento: 2021
ISBN: 9786589009115


Autor: Alexandre Saggiorato



Contracapa


Christopher Dunn,
Tulane University, New Orleans


Não seria um exagero dizer que, fora do eixo roqueiro anglófono, o Brasil foi o país que mais contribuiu para a história global do rock, criando desde cedo uma linguagem original e híbrida do novo gênero musical, sobretudo nas décadas de 1960 e 1970 quando uma boa parte do rock tupiniquim atrelava à contracultura a revolução internacional de costumes e crenças.
Com esta obra, Alexandre Saggiorato nos presenteia com o primeiro estudo aprofundado e panorâmico do rock e da contracultura no Brasil, com reflexões reveladoras sobre bandas canônicas, como Os Mutantes, Novos Baianos e Secos e Molhados e também grupos inovadores menos reconhecidos. Mobilizando conceitos como território, desterritoria-lização e identidade sonora, o autor mostra como o rock contribuiu para a formação da contracultura brasileira durante os anos mais repressivos da ditadura militar.


 


Texto de abas


Charles Pimentel da Silva,
editor de livros


O que é música? Do que ela é capaz? Sempre me fiz essas difíceis perguntas, e foi apenas com a leitura deste livro que pude elaborar respostas das mais interessantes: a) música é uma combinação de sons providos de ritmo, harmonia e melodia, a fim de dar prazer aos ouvidos ou mesmo ânimo, paz de espírito e consolo às razões humanas; b) música é um meio de comunicação, relacionamento e criação de consciências, estas muitas vezes carregadas de conteúdos ideológicos; c) música é, pois, também, uma manifestação de poder.


Não à toa, o Brasil das décadas de 1960 e 1970 – de conturbadas inflexões culturais, intensificadas por um período de ditadura militar – teve o seu território musical vigiado, cerceado e, há quem diga, menoscabado. Porém, desse contexto surgiram vozes, violões, guitarras e tambores que soaram tão alto que fizeram o chão do conservadorismo tremer... Eis o período histórico aqui chamado de ''Barra Rock'', cujas sonoridades foram de pura contracultura, isto é, de indignação, oposição, rebeldia, mudança, revolução.


Este livro de Alexandre Saggiorato, fruto de sua tese de doutorado sobre o rock and roll no Brasil, revela que este estilo musical não se deixou dominar por ideólogos brasileiros de direita (então no poder político-administrativo do país) nem pelos de esquerda (que faziam oposição ao regime militar). Os roqueiros brasileiros do Barra Rock tinham uma conduta politizada, porém descompromissada, debochada e "marginal". De forma instigante, Alexandre nos mostra como eles criaram tal postura, quais foram os seus ídolos, desafios e possibilidades, além de explicar a influência de eventos internacionais na política, na cultura, na arte e nas músicas produzidas em nosso país.


Nas raízes do rock and roll está a contracultura dando sentido de protesto ao jazz, ao blues e ao country estadunidenses. Nos anos 50 e 60, o rock surgiu ofertando novo ritmo, estética e autoestima a muitos jovens mundo afora. Artistas brasileiros absorveram essas influências, ora incorporando-as, ora repelindo-as, sempre transformando-as com improvisos típicos da genialidade tupiniquim.


Alexandre Saggiorato ainda utilizou documentos de época (informes desclassificados das Forças Armadas brasileiras) para, assim, ilustrar a pressão estatal sobre os roqueiros do Barra Rock. Vale lembrar: a pesquisa não ficou apenas no campo das ideias. Foram analisadas sonoridades e instrumentos (alguns inovadores) utilizados por artistas do rock em seu intento de romper o status quo e chamar a atenção para novas formas de vida, de arte, de música, enfim, de estar no mundo.


 


Prefácio: a delícia de o som ser o que ele é


Gérson Werlang


rock já tem uma longa e bela história no Brasil, desde a sua chegada na década de 1950, passando pela aclimatação nos anos sessenta, com a Jovem Guarda, a incorporação definitiva com a Tropicália e os movimentos setentistas que afirmaram a criação de uma linguagem brasileira para o gênero, além das diversas fases posteriores, reflexo, reação e recriação do que acontecia no mundo.


Uma legião de artistas brasileiros produziu suas obras sob a chancela do gênero, o que gerou, por consequência, uma legião de seguidores, admiradores destes artistas, que sempre forjaram suas obras num equilíbrio entre pontos às vezes difíceis de serem conciliados: o gênero "importado" versus a "música brasileira".


Muitos desses artistas precisaram se esquivar dos críticos mais raivosos, defensores irrestritos da chamada MPB, devido a essa preferência ou afinidade. Nesse sentido, o período mais delicado foi o fim dos anos sessenta e a década de 1970, quando era preciso criar um mercado para algo inexistente, o rock brasileiro, e ao mesmo tempo forjar uma obra que fosse esteticamente válida. A concorrência da MPB, dita "pura" (uma falácia, já que a música brasileira sempre foi a absorção e a reelaboração de fenômenos musicais de diversas procedências), com as obras de Tom Jobim ou Chico Buarque, por exemplo, colocavam um parâmetro multifacetado e rico para qualquer músico que quisesse atuar nos anos setenta, e os roqueiros brasileiros do período eram sensíveis à questão.


Além disto, no mesmo período, a tendência mundial estava ligada a um estilo, o rock progressivo, que propunha certa maestria instrumental e composicional, que estimulava os longos desenvolvimentos e formas complexas, o que podia gerar grandes obras, mas podia igualmente exigir do público ouvidos e intelectos atentos, o que não era a regra.


Junto a tudo isso, havia a ditadura militar, e era preciso construir uma obra musical em meio ao caos, à censura e à loucura reinantes. Por todos esses motivos, o rock brasileiro dos anos setenta tem uma assinatura estilística ligada a todos esses fatos. Mas que assinatura é esta? Como identificá-la?


Aqui entra este livro. A obra de Alexandre Saggiorato é um estudo originalíssimo, que identifica e reconstrói os caminhos dos sons contraculturais do rock brasileiro dos anos setenta.


Não falo aqui das letras, apenas. Esta tarefa, de análise poética já foi feita em outros trabalhos. O que eu gostaria de destacar é a característica sonora contracultural, pioneiramente explicitada no trabalho de Saggiorato: os elementos sônicos que formaram o rock no Brasil, misturando-se à MPB e a múltiplas influências, e que produziram e engrossaram o caldo do legado musical brasileiro daquele período.


Deliciem-se, pois esta viagem sonora vale a pena.


Santa Maria, verão de 2021.


Sumário


 


Prefácio: a delícia de o som ser o que ele é / 9


 


Alô, Buenas! / 13


Os anos incríveis / 13
Em busca dos "desviantes" / 17
Cultura, estética e linguagem musical / 19
Território, desterritorialização e música / 21
Os estranhos e a música / 23
Inovacao versus conservadorismo / 24
Influências externa e interna / 26
O desenrolar deste livro / 29


 


I - Dirección de Aquarius / 35


1.1 The times they are a-changin' / 36
1.2 Revolution / 68


 


II - Brasil pandeiro / 97


2.1 Além das lendas brasileiras / 98
2.2 Caminhando contra o vento / 132
2.3 As criancas da nova floresta / 158
2.4 Barra Rock / 190


 


III - Turba / 197


3.1 Build up / 198
3.2 A cara e a coragem / 215
3.3 Hey amigo, cante a canção comigo / 250


 


IV - Oh, meu Brazil / 291


4.1 Tá ficando bão, né / 292
4.2 Quem não gosta de samba bom sujeito não é / 315
4.3 Na minha cabeca uma guitarra toca sem parar / 332


 


V - Por favor, sucesso / 357


5.1 Corsário satã / 358
5.2 Equilíbrio total / 369
5.3 Jogue tudo pra cabeca / 386


 


Ponto final / 407


 


Referências / 413


Discografia / 424

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